Dia da Mulher, Semana da Mulher, Mês da Mulher...
Você também está cansada deste tipo de apelo que lota as redes sociais e os estabelecimentos?
É claro que a gente adora flores, mimos, descontos, presentes e palavras de carinho.
Mas…
Segundo a 17a. Edição do "Global Gender Gap Report 2023” do Fórum Econômico Mundial, que analisou 146 países em 2023, no ritmo atual de progresso, serão necessários 131 anos para atingir a paridade total entre homens e mulheres no mundo.
Voltamos aos níveis de 2019!!
E apesar de alguns sinais positivos de recuperação, as mulheres continuam a suportar o peso da crise do custo de vida e as dificuldades no mercado de trabalho.
A paridade de gênero é reconhecida como fundamental para a estabilidade financeira e o desempenho econômico.
A promoção do emprego das mulheres poderia acrescentar 12 bilhões de dólares ao PIB global e aumentar a produção econômica de alguns países em até 35% (Gender Parity Accelerators).
As mulheres sofrem mais com os impactos das mudanças climáticas, sendo que mulheres representam 80% das pessoas forçadas a migrar por mudanças climáticas (ONU - Organização das Nações Unidas)
No relatório “Feminist climate justice: A framework for action”, publicado em 2023, a ONU reforça que até 2050, a mudança climática empurrará mais 158 milhões de mulheres e meninas para a pobreza e levará mais 236 milhões de mulheres à fome.
Neste relatório, são propostas quatro dimensões para alcançar a justiça climática feminista:
1) Reconhecer os direitos, o trabalho e o conhecimento das mulheres
2) Redistribuir os recursos econômicos
3) Representar as vozes das mulheres
4) Reparar as desigualdades e as injustiças históricas
Isso inclui priorizar políticas que atendam às necessidades das mulheres e de outros grupos discriminados, redistribuir recursos para iniciativas e programas de promoção à igualdade de gênero e garantir a representação feminina em todos os níveis de tomada de decisão ambiental.
A violência contra mulheres é um dos nossos maiores obstáculos para o desenvolvimento sustentável e representa uma séria violação de direitos humanos.
Essa violência, que vai desde o assédio até o feminicídio, é resultado de uma estrutura injusta enraizada no patriarcado ao longo dos séculos.
Essa situação tem consequências negativas para todas as pessoas, resultando em sociedades menos pacíficas, economias menos prósperas e um mundo menos justo.
Vivemos numa cultura que nos coloca em posição de vulnerabilidade, privando-nos de dignidade e igualdade de direitos.
Em 2023, 1.463 feminicídios no país.
No primeiro semestre de 2023, foram registrados 34 mil casos de estupro, ou seja, um a cada 8 minutos. A maioria das vítimas de violência sexual (74,5%) são crianças de até 14 anos.
No entanto, segundo estimativa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), somente 8,5% dos casos de estupro no país são registrados na polícia.
A desigualdade também é um desafio nos ambientes de trabalho.
Apesar de existir uma lei para a igualdade salarial entre mulheres e homens, a Lei nº 14.611, ainda existem muitos desafios neste aspecto.
No entanto, felizmente, entre 2013 e 2023, houve uma pequena redução na diferença entre salários pagos às mulheres e aos homens, passando de 72 para 78,7 (a paridade de gênero é medida em uma escala de 0 a 100, sendo que quanto mais próximo de 100, maior a equidade entre mulheres e homens.)
O estudo também revelou que a participação feminina em cargos de liderança aumentou um pouco, passando de 35,7% em 2013 para 39,1% em 2023.
O índice de empregabilidade das mulheres também apresentou evolução nos últimos 10 anos, passando de 62,6 para 66,6, com um crescimento de 6,4%.
Fonte: Levantamento “Mulheres no Mercado de Trabalho”, Confederação Nacional da Indústria (CNI) a partir de microdados do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
E nada disto é mi mi mi!
E é super compreensível sentir desânimo, desesperança…
No entanto, é importante reconhecer que há motivos para manter uma perspectiva otimista.
Promover a igualdade de gênero e apoiar iniciativas que protejam os direitos das mulheres é essencial para construir um futuro mais equitativo, inclusivo e sustentável.
Temos um longo caminho pela frente.
Vamos?
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